quarta-feira, 1 de junho de 2011

4- FICHAMENTO DE GENÉTICA

Os polimorfismos dos receptores adrenérgicos na insuficiência cardíaca


Atualmente, o tratamento clínico para a insuficiência cardíaca (IC) conta com inúmeras medicações, sendo os beta-bloqueadores recomendados para todos os estágios da IC. No entanto, há grande variabilidade em relação à resposta ao tratamento, com a taxa de sobrevida podendo variar de menos de um ano a mais de 10 anos.
Apesar da redução da mortalidade, uma parcela significativa dos pacientes nos ensaios clínicos, não se beneficia do tratamento com o beta-bloqueador. A medicina personalizada se baseia na identificação das variações genéticas que podem prever o desenvolvimento, a evolução da doença e a resposta aos medicamentos (eficácia/segurança). Estas variações genéticas representam as primeiras bases genéticas para determinação do diagnóstico, prognóstico e da estratégia terapêutica guiada pela farmacogenética na IC. Os recentes avanços da biologia molecular têm facilitado a incorporação na prática clínica de testes que avaliam os polimorfismos na área cardiovascular, a família de receptores beta-adrenérgicos (β1, β2 e β3) é altamente polimórfica. Recentemente vários polimorfismos funcionalmente relevantes dos receptores α2, β1 e β2 ADR, e os seus genótipos específicos foram associados com incidência e severidade clínica de insuficiência cardíaca. Experimentos realizados em ratos revelaram que a variante Arg se relaciona a uma maior e melhor sinalização em estágios agudos, mas que cronicamente torna-se reduzida, com menor capacidade de ligação do receptor. Esses mesmos estudos demonstraram que essa variante está relacionada a uma melhora da atividade hemodinâmica e da função ventricular em resposta ao beta-bloqueio, o que evidencia a importância de tais estudos para o desenvolvimento de terapias mais eficazes e personalizadas. Nos últimos 10 anos, os beta-bloqueadores (metoprolol, bisoprolol e carvedilol) têm sido associados à significativa redução em todas as causas de mortalidade e hospitalização em pacientes com IC, sendo recomendado nas diretrizes como terapia padrão. Muitos estudos investigaram uma possível associação entre insuficiência cardíaca e os polimorfismos dos receptores beta 2 adrenérgicos, e diferentes resultados foram descritos na literatura. Sabe-se que a proporção entre receptores beta 1 e beta 2 é de 80 para 20 em corações sadios. No entanto, na IC, essa proporção é de 60 para 40, o que indica que o polimorfismo de beta 2 pode modificar a progressão da doença.

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